sábado, 19 de abril de 2014

quinta-feira, 3 de abril de 2014

O destino não conhece a linha reta

Hoje faço anos mas não são anos de aniversário.

Faz hoje exatamente um ano em que comecei a minha atividade como consultor, formador e auditor de Sistemas de Gestão por conta própria, o vulgarmente chamado “trabalhador independente”.

Foi uma sensação curiosa. Olhei para o canto inferior direito do computador e lá vi a data – 3 de Abril.

Esta data representa para mim uma decisão que não foi fácil de tomar.

Representa uma opção em função do mundo que nos rodeia e das circunstâncias que existem.

Foi uma decisão refletida em função dos diversos caminhos que existiam.

Estava num cruzamento e era necessário tomar uma decisão, escolher um caminho.

É costume, nestas alturas, fazer balanços e o meu é o seguinte:

Não sei qual vai ser o desenvolvimento desta situação e claro, como mais ou menos todas as pessoas, umas mais e outras menos, tenho receio (a palavra é mesmo “medo”) do futuro.

Sabia no entanto que tinha que reagir e… reagi.

Sabia que tinha que lutar e… continuo a lutar.

Sabia que tinha que tentar e… continuo a tentar.

Sabia que não podia ficar à espera e parado e… não fiquei.

Fiz um “site”, dois blogues, escrevi um livro que foi publicado, voltei a dar aulas na Universidade, conheci pessoas, fiz contatos e conto fazer mais.

Também sei que nem todos os dias são fáceis. Também sei que é preciso ter paciência

No entanto, isto não é uma corrida de 100 metros. É uma maratona.

Por isso, sim, alcancei muito neste ano. Alcancei realizações pessoais que de outra forma não aconteceriam.

Se é suficiente? Claro que não.

Se estou satisfeito? Ainda menos.

Mas foram apenas 365 dias de um novo mundo que precisa de ser descoberto e construído.

Como José Saramago referiu no seu livro “Cadernos de Lanzarote (1994)”:

O destino, isso a que damos o nome de destino, como todas as coisas deste mundo, não conhece a linha reta. O nosso grande engano, devido ao costume que temos de tudo explicar retrospetivamente em função de um resultado final, portanto conhecido, é imaginar o destino como uma flecha apontada diretamente a um alvo que, por assim dizer, a estivesse esperando desde o princípio, sem se mover. Ora, pelo contrário, o destino hesita muitíssimo, tem dúvidas, leva tempo a decidir-se.

Conforme refiro no meu livro “Crise na Primeira Pessoa (2013)”, quero um dia ter a serenidade de ser capaz de sorrir sobre tudo isto.

Estou a fazer por isso.