Hoje faço anos mas não são anos de aniversário.
Faz hoje exatamente um ano em que comecei a minha atividade como consultor, formador e auditor de Sistemas de Gestão por conta própria, o vulgarmente chamado “trabalhador independente”.
Foi uma sensação curiosa. Olhei para o canto inferior direito do computador e lá vi a data – 3 de Abril.
Esta data representa para mim uma decisão que não foi fácil de tomar.
Representa uma opção em função do mundo que nos rodeia e das circunstâncias que existem.
Foi uma decisão refletida em função dos diversos caminhos que existiam.
Estava num cruzamento e era necessário tomar uma decisão, escolher um caminho.
É costume, nestas alturas, fazer balanços e o meu é o seguinte:
Não sei qual vai ser o desenvolvimento desta situação e claro, como mais ou menos todas as pessoas, umas mais e outras menos, tenho receio (a palavra é mesmo “medo”) do futuro.
Sabia no entanto que tinha que reagir e… reagi.
Sabia que tinha que lutar e… continuo a lutar.
Sabia que tinha que tentar e… continuo a tentar.
Sabia que não podia ficar à espera e parado e… não fiquei.
Fiz um “site”, dois blogues, escrevi um livro que foi publicado, voltei a dar aulas na Universidade, conheci pessoas, fiz contatos e conto fazer mais.
Também sei que nem todos os dias são fáceis. Também sei que é preciso ter paciência
No entanto, isto não é uma corrida de 100 metros. É uma maratona.
Por isso, sim, alcancei muito neste ano. Alcancei realizações pessoais que de outra forma não aconteceriam.
Se é suficiente? Claro que não.
Se estou satisfeito? Ainda menos.
Mas foram apenas 365 dias de um novo mundo que precisa de ser descoberto e construído.
Como José Saramago referiu no seu livro “Cadernos de Lanzarote (1994)”:
O destino, isso a que damos o nome de destino, como todas as coisas deste mundo, não conhece a linha reta. O nosso grande engano, devido ao costume que temos de tudo explicar retrospetivamente em função de um resultado final, portanto conhecido, é imaginar o destino como uma flecha apontada diretamente a um alvo que, por assim dizer, a estivesse esperando desde o princípio, sem se mover. Ora, pelo contrário, o destino hesita muitíssimo, tem dúvidas, leva tempo a decidir-se.
Conforme refiro no meu livro “Crise na Primeira Pessoa (2013)”, quero um dia ter a serenidade de ser capaz de sorrir sobre tudo isto.
Estou a fazer por isso.
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